Seminário 8 - Modelo Burocrático de Organização



modelo burocrático de organização, baseado nas ideias de Max Weber, surgiu como uma resposta às limitações das teorias administrativas anteriores, como a Teoria Clássica e a Teoria das Relações Humanas. Enquanto a Teoria Clássica focava em estruturas rígidas e mecanicistas, e a Teoria das Relações Humanas se concentrava nos aspectos emocionais e interpessoais, a Teoria da Burocracia oferecia um enfoque mais racional, sistemático e abrangente.

Weber observou que as organizações precisavam de uma estrutura eficiente, baseada em normas e procedimentos claros, que não dependessem de indivíduos específicos, mas sim de regras impessoais que pudessem ser aplicadas a qualquer pessoa em qualquer função. Ele também destacou três tipos de autoridade dentro das sociedades: tradicional, carismática e legal-racional (ou burocrática), sendo esta última a mais associada à burocracia moderna.

Características da Burocracia segundo Weber:

1. Caráter legal das normas e regulamentos: As normas são estabelecidas por escrito e devem ser seguidas rigorosamente.

2. Caráter formal das comunicações: As comunicações são registradas formalmente, garantindo clareza e documentação.

3. Caráter racional e divisão do trabalho: A divisão do trabalho é organizada racionalmente para alcançar eficiência.

4. Impessoalidade nas relações: As relações são baseadas em cargos e funções, e não em características pessoais.

5. Hierarquia da autoridade: A estrutura organizacional é hierárquica, com cada cargo subordinado a um superior.

6. Rotinas e procedimentos padronizados: As atividades são realizadas de acordo com normas e procedimentos estabelecidos.

7. Competência técnica e meritocracia: A seleção e promoção dos funcionários são baseadas em mérito e competência.

8. Especialização da administração: Há uma clara separação entre propriedade e administração, com os administradores sendo profissionais especializados.

Weber argumentava que a burocracia era o modelo mais eficiente de organização, sendo caracterizada pela previsibilidade, especialização e controle impessoal. No entanto, o modelo burocrático também é frequentemente criticado por seu apego excessivo a regulamentos, o que pode levar à ineficiência e à desumanização das relações de trabalho.

Disfunções da Burocracia 

Os principais objetivos do burocrata podem ser resumidos como o cumprimento das normas e regulamentos da organização e a execução eficiente de suas tarefas dentro dos limites estabelecidos pela hierarquia. No entanto, ao seguir esses objetivos, surgem disfunções burocráticas que afetam tanto os funcionários quanto a eficácia da organização.

1. Excesso de Formalismo e Papelório: A burocracia é caracterizada pela necessidade de formalizar todas as comunicações e documentações, o que pode levar ao excesso de papelada e ao acúmulo de formulários, resultando em um processo altamente ineficiente.

2. Resistência às Mudanças: Os funcionários, acostumados a rotinas e procedimentos previsíveis, tendem a resistir a mudanças que possam ameaçar sua estabilidade. Isso resulta em uma aversão à inovação, com os funcionários preferindo a segurança da rotina estabelecida.

3. Despersonalização do Relacionamento: A impessoalidade da burocracia enfraquece os relacionamentos entre os funcionários, que passam a se enxergar como ocupantes de cargos, em vez de indivíduos com identidades pessoais. Isso desumaniza as interações no ambiente de trabalho.

4. Categorização no Processo Decisório: Decisões são frequentemente tomadas com base na hierarquia, em vez do conhecimento sobre o assunto. Isso pode limitar a busca por soluções inovadoras e eficientes, já que o foco está em manter a ordem hierárquica, e não na resolução dos problemas de maneira eficaz.

5. Superconformidade às Rotinas e Procedimentos: A rigidez burocrática impõe uma conformidade extrema às regras e procedimentos, o que pode sufocar a criatividade e a iniciativa dos funcionários, tornando-os meros executores de tarefas.

6. Exibição de Sinais de Autoridade: A burocracia enfatiza a hierarquia de autoridade, muitas vezes demonstrada por sinais externos, como uniformes, salas especiais ou privilégios, que servem para reforçar a posição de poder de certos indivíduos dentro da organização.

7. Dificuldade no Atendimento ao Público: A ênfase nas normas internas muitas vezes cria conflitos com os clientes externos, que se sentem desatendidos e despersonalizados, gerando insatisfação e dificuldades no atendimento ao público.

Essas disfunções mostram que, apesar de seu objetivo de organização e eficiência, a burocracia pode se tornar rígida, desumanizante e ineficaz quando suas normas são seguidas de forma extrema, sem considerar as necessidades dos indivíduos e do ambiente externo.

Referências

3.1 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teroria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.


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